26.11.09
o amor também morre.
a cada passo teu a madeira do solo estremecia; entre a luz da madrugada, era inverno. sentei-me no sofá verde da sala à tua espera, como que se adivinhasse. queria ver a cor dos teus de perto. mas, apesar daquele som desigual da tua marcha repentina, o teu arrependimento sobreveio quando menos esperava. logo regressaste ao quarto de hóspedes, onde tens dormido. mas a cobardia passou-te depressa, pois passados alguns segundos senti o teu cheiro invadir-me; estava tudo tão calmo, a luz entrava em zig zag por entre as persianas semi-fechadas, não se ouvia ruído nenhum. vi-te de longe na sombra da vergonha, estavas tenso, fechado, se não te conhecesse diria mesmo que estavas assustado. as tuas pernas tremiam e mais uma vez todos os teus movimentos eram reproduzidos musicalmente nas tábuas de madeira do chão. e mal cruzei o teu olhar verifiquei a dor louca nele guardada, dançava em camera lenta só para furar mais fundo. mas, eu sabia porque estavas assim, só queria aparentar que não, e deixar-te ali num remoinho de pensamentos claustrofóbicos. desejava que vivesses aquilo que eu tive de viver. mas eu não fui cobarde, tu és. que agonia, o teu pensamento corria de um canto para o outro da sala, com movimentos energéticos pelo caminho; mas o teu corpo, acanhado, ficava plantado ao chão, sem qualquer estabilidade devido ao tremor da tua alma. a verdade, é que quem trai não sabe consolar. percebi isso. mas nem uma palavra, não percebo. fui eu que fui traída, e tu o infiel, não queiras trocar os papeis.
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8 comentários:
neste caso, nasceu - apaixonei-me pelo teu blog
mil
madu
adorei :')
Beijinhos
o texto está perfeito.
E eu amo por completo o teu blog :'D
adorei o texto e adorei a música!
Só não concordo com o título. Amor que morre, nunca chegou a ser amor!
Adorei. O blog é super doce*
E o amor morre tao facilmente..
Adorei o teu blog. Voltarei :)
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