um termo, um fim.

e se a conversão de amor em ódio, é possível, eu poderei verbalizar o nosso desencontro; que, ao seu toque, em breves partes do meu coração, o foi esmigalhando, talvez por o conhecer e, assim, então, o poder rivalizar. mas a desconfiança não me bateu à porta, não; pensava que amor era amor, e se era isso que se tinha estabelecido, entre o teu coração e o meu, não haveria tesoura ou faca, que consentisse uma desunião. o padecer de breves arrufos não me atemorizava, porque sabia, que ao fecharmos portas, abriríamos janelas. por tal, não me preocupei, segurei-me ao chão que nos sustinha, e andava, andávamos. ao seres tudo o que precisava, limitei-me a respirar do que considerava oxigénio - tu, num tom transparente de ar degradante - mais tarde, ao ser confrontada à exactidão dos teus planos de fuga, a tua vontade de cortar o singelo fio que nos unia, fui morrendo devagar. um termo, um fim. não podia crer. não podia comer deste alimento que a vida me oferecia, cheio de podres à superfície. hoje, proíbes-te de te recordares da cor dos meus olhos, refreas-te de pronunciar o som do meu nome. eu não sei. se errei. se pequei. sujeitei-me a receber o que me foi oferecido, embora estivesse longe de ser conforme o que me fora prometido.