7.7.09
hoje sim,
entre exaltações, e passos dados, pergunto-me se o que nos caracteriza, no interior, onde corre o sangue quente de virilidade; onde vivem as entranhas de um ser desleal de preocupações; ou no topo da estrutura enviando mandatos, aos quais, os outros membros obedecem gravemente; ou ainda mais abaixo onde se fabrica o animal, e as reacções animalescas reflectem sentimentos humanos, reagem, selvagens, sem controlo. pergunto-me ainda, se todo esse ligar de filamentos entrelaçados, é o que nos oferece a senha, na lista de espera, de uma vida. se é isso, ou esse conjunto de issos, que nos permite constituir um ser, único, polido desigualmente, por entre os variados espaços do corpo, da carne viva. e depois diz-se, que está tudo, e que tudo vive, no coração. gargalhadas se formam, isso sim. como?, num órgão limitado a bombear sangue de uma forma que circule no corpo, seria esse o órgão, material, que nos daria a chave para a realidade, de andarmos com duas pernas, de pé, de raciocinar-mos; longe de animais seriamos comparados, a meu ver; de estabelecermos uma cara a uma pessoa, a um sentimento; seria esse órgão o responsável?. mas ter uma ideia nossa, uma vida, um amor, um combustível, que nos bombeie o dia-a-dia, é muito mais, exigente, estabelecer pontes, onde moram recordações. pergunto-me. se nos basearmos num corpo, ou numa imagem, que de mascara, serve, é suficiente, ou verdadeiro. se no intimo, temos todos os mesmos componentes de borracha, de plástico, todos temos. mas o cérebro, o mais racional, de todos os motores, é o que nos diferencia?, não sei. todos sabemos fazer dois mais dois, sem que para isso tenhamos de ter um cérebro que desempenhe todas as funções para as quais foi designado. mas que espero eu, de pele e osso? que espero eu de racionalidades, de maquinas, robots, protótipos? pergunto-me. mas aquilo; que ao ser realmente estabelecido entre dois corpos, duas sombras, significa vida, é a memória. a capacidade de estabelecer uma tarde, ou um segundo, a um sentimento. a memoria, e a revolta. porque um macaco, só se aborrece, por já não possuir bananas. nós podemos chorar a morte de um parente. e é essa interacção de humano, para humano. essa margem de pessoa para pessoa, que nos permite dizer, que longe estamos de ser animais racionais. somos muito mais. uma prova, um argumento, não, não tenho. mas todos temos aquilo que nos nasce, e nos ergue, todas as manhãs, fôlego.
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10 comentários:
uau, que texto!
fiquei sem palavras, completamente.
desculpa estar a ser repetitiva, mas tens mesmo jeito, escreves mesmo bem :)
de nada (:
sim, espero entrar na faculdade este ano!
quanto ao meu ipod, comprei já á algum tempo. tem só 4gb, mas precisava de mais :x
e o teu?
quero seguir fotojornalismo :D
8gb? TAMBÉM QUERO!
não sei se entro na pública (FLUP) no porto, ou na lusófona que é privada também no porto, mas agora vamos ver :)
e tu em que curso estás?
"(...) não, não tenho. mas todos temos aquilo que nos nasce, e nos ergue, todas as manhãs, fôlego." - bem verdade! e ainda bem (:
e eu posso dizer-te que me delicio com as tuas palavras (:
bom pensar nessa do livro ;b (mas estou a escrever um conto que, com paciência, transformo num romance).
têm, sim ^^ não deviam ter acabado com a banda --
*vou pensar :x
adorei! não podia concordar mais..
um beijinho (:
Rebeca, Rebeca. Cada vez escreves melhor!
Sabes que podes falar quando quiseres :)
amo-te (L)
Ah. Acabei de estar a falar com a tua bisavó. :')
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