Tão ingénuo. E curto.
Sem espaços entre si. Vigarista.
Sim, como que mentir para não moer.
Mas mói. Egoísta.
Sempre,
rouba e colecciona este mundo e o outro,
mas não devolve. Aproveita.
Perfura, sempre bem fundo. O tempo.
Não é mudo, mas também não possui palavras.
Vai escorregando por aqui e ali, enrola,
e não desenrola,
muda. Mudas, cresces. Mas ele não.
Ele entranha-se nas solas dos teus sapatos e prende-te ao chão,
como que musgo no coração.
Cria teias. Vai laçando e deslançado raízes,
contrói barreiras e destrói pontes. O tempo.
Passa a correr? Sim. Mas não.
Corre com pernas fortes,
cria caminhos de estradas curtas que não podes,
apanhar com os dedos, que não podes escolher com o cérebro.
Esconde. Atraiçoa.
Mas existe.
E persiste.
Não ilude, só se quiseres, só se deixares.
O tempo. Voa ? Não.
Rasteja.
E deixa marcas, brisas de vez em quando,
murros quando se lembra, mas marca.
E corta.
Rasga como que ao de leve olhares, e sonhos.
Mas fica e consiste. Permanece, ao existir.
Trás sorrisos e grandes arco-íris.
Raro.
Mas trás. Só para provar que sim.
Eu aproveito. Ele não. Ele, vem e vai, não quer ficar.
Contrario-me. Sim.
Mas ele também. Sempre.
Porque gosta e cumpre a própria vontade de se falsificar.
É assim.
Porquê? Pergunta-lhe.
5 comentários:
conheço versalhes sim.
imagino as saudades que deves ter de cá :x mas se é como dizes, então em breve já vais poder matar as saudades quando vieres para portugal!
Adorei adorei! Ta Lindoo *
Adorei. Está maravilhoso
"Mudas, cresces. Mas ele não.
Ele entranha-se nas solas dos teus sapatos e prende-te ao chão,
como que musgo no coração."
gostei, mesmo, mesmo :o
e obrigado (:
Rebeca, temos de falar sobre esta tua perfeita e maravilhosa maneira de escrever!
És perfecti meu amor :b @
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