10.12.11

verdade

Como um comboio de corda a minha vida é alimentada por um combustível manual, uma escolha, uma lágrima, um sonho. A verdade é que sinto, sempre, e cada vez mais a tua mão na minha vida, um sorriso teu é um sol que me cumprimenta; um abraço uma folha de outono que rodopia num parque triste. Tens o efeito dum pincel numa tela na minha vida, pintas, esborratas e escolhes tons diferentes para me mostrares novos mundos. O que chegou a ser uma ilusão, uma suposição, um livro por abrir é agora a história que me descreve e tu ilustras a capa. Gosto de te olhar e ler os teus olhos, como se de letras se tratassem, és um enigma para muitos, mas para mim és simples como oxigénio. Gosto de te respirar, e sentir-te no meu sangue quente. Não tenho muitos interesses, mas se tenho alguns tu és sem dúvida o meu preferido. E não é um cliché. Um amor de novela, uma paixão de cinema. É apenas e só a verdade. A nossa verdade que abraçamos porque não há outra, nem poderia haver. É um reflexo, quase um hábito ou uma rotina. Mas não das más que apetece quebrar. Não, é daquelas que merecem ficar, é oficial, é digna de ser repetida e relembrada. Porque sabe renovar-se permanecendo sempre a mesma, com a mesma cara, a da pureza. Mas este sentimento a que chamamos amor é muito sério, muito formal. O amor, o casamento, a casa de férias. Tudo compromissos. Quando na verdade esses elos que se formam são muito mais que títulos, tal como capas de livros são apenas o embrulho de uma sensação tão natural e espontânea que nos proporciona a vontade de abraçarmos uma pessoa para sempre. Para mim é isso que é o amor. É acordarmos de manhã, olharmos para lado e sentirmos carinho por cada um dos traços daquela pessoa, muito mais nesse dia do que no dia anterior. E assim dura uma vida. É dessa forma que eu penso que vivem aqueles casais de velhinhos que vejo no parque. Talvez já saibam de cor as rugas um do outro, mas amam-nas como se não houvesse nada mais lindo e precioso na vida. Há quem diga que sonho muito, que imagino demasiado. Eu não acho, acho que a vida é simples. Por isso é que digo que te quero abraçar para o resto da vida. Só.

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